
E para quem não possui ligação com a CBK, o blog é sobre KARATE-DO de uma forma geral. Todas as federações, confederações, associações, enfim, todos os admiradores da arte são bem-vindos.
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Shihan Milton Francisco
Blog Estilo Shotokan: Como foi o começo do sr no Karate?
Shihan Milton Francisco: Eu comecei a treinar Karate em Uberlândia em 1976. Minha formação sempre foi com o Sensei Rui Barbosa, de Uberlândia, e o professor Milton Fará. Esses foram os únicos dois professores que eu tive durante todo o tempo, treinando com eles até 1988. Em 1988 eu abri uma acadêmia em Uberlândia, na qual atualmente tem cerca de 160 alunos. É uma academia beneficente, que não tem custo. Ninguém paga pra treinar. Eu penso que seja até pra retribuir um pouco o que eu ganhei no Karate em termos de amizade, profissionalmente, então talvez seja por isso que hoje eu tenho esse projeto.
B.E.S.: O sr hoje está na CBK. Como é o trabalho com a seleção brasileira de Shiai Kumite?
S.M.F.: Eu estive na seleção brasileira durante sete anos, e passei pelas categorias de técnico infanto-juvenil, juvenil, junior, adulto feminino e depois fiquei afastado por seis meses. Agora eu assumi a seleção, juntamente com o professor Geraldo de Paula, feminina e masculina adulta. O trabalho está sendo bem feito, buscando o mundial desse ano que será realizado no Japão. No último Pan-americano em Caracas nós conseguimos o primeiro lugar por equipe, feito que não ocorria já há alguns anos. E foi bastante difícil derrotar a Venezuela que é um país forte, e que vinha de ótimos resultados nas edições anteriores. Agora é preparar os atletas para o mundial.
B.E.S.: Em abril do ano que vem teremos uma nova votação para o Karate entrar nas olimpíadas. Qual a importância disso na opinião do sr?
S.M.F.: Eu acho que tem a maior importância. Hoje a maioria dos atletas já tem um recurso, uma ajuda, pra quem se destaca nacionalmente, e tem uma outra ajuda para atletas de nível internacional. Com o Karate entrando nos jogos, vai melhorar pra todos. Professores, atletas, enfim, pro Karate, acho que seria um acontecimento muito positivo, e eu tenho certeza que dessa vez o Karate vai ser aprovado para 2016.
B.E.S.: É viável o Karate ser desportivo sem perder o caráter marcial da arte?
S.M.F.: É difícil hoje um atleta de ponta querer praticar o Karate que devemos praticar. Então esses encontros (5º Encontro de Karate do Centro-Oeste) são a melhor coisa que acontece. Porque aqui os interessados vêm para praticar o verdadeiro Karate-Do, e não apenas o Karate como esporte, em que você visa apenas ser campeão, campeão e campeão. Esse não é o melhor caminho. Você pode almejar ser campeão, mas não pode esquecer o Karate antigo, tradicional, que formou grandes homens e grandes mestre. Então é da maior importância esse tipo de encontro que o professor Irineu está realizando, e eu faço questão absoluta de estar todo ano aqui com ele.
B.E.S.: Para encerrar, comente um pouco o sistema de convocação para a seleção nacional.
S.M.F.: Eu e o professor Geraldo, que somos os técnicos, nós já pegamos a seleção feita. Existem duas seletivas por categoria. É feita uma seletiva no começo do ano e são escolhidos dois atletas por categoria. E logo em seguida no meio do ano, ocorre mais uma seletiva e outros dois atletas são convocados. Com isso ficam quatro atletas treinando em cada categoria. Os dois melhores classificados vão para o Pan e os outros dois vão para o Sul-americano. Depois voltamos aos treinos e é escolhido um atleta por categoria pra disputar o mundial. Essa última etapa é sem seletiva. A comissão técnica se reúne e escolhe os atletas que irão ao mundial.
Links:
Acadêmia Milton Francisco (http://www.karatemilton.com.br/)
CBK (http://www.karatedobrasil.org.br/)
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5º Encontro Centro-Oeste
mestres durate a abertura do evento na sexta-feira, dia 11
Shihan Edson Nakama durante o curso de kihon e kata
área de lazer dos participantes do encontro
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durante os treinos
Edson Fujimori Nakama nasceu em 1958 na cidade de São Paulo. É faixa preta 6º Dan filiado a Federação Paulista de Karate e proprietário da Academia Seidokan em São Paulo, SP.
Como foi o início do Sr no Karate?
Foi uma coisa interessante. Eu me envolvi com o Karate por uma questão de saúde. Na época eu tinha problema de bronquite, e quem me tratava era um tio médico, aí ele me aconselhou que eu tinha que procurar na época uma atividade que mexia com o corpo, então eu entendia que eu tinha que fazer Judô ou natação. Naquela época, que eu tinha 15, 16 anos, todos os meus primos já eram faixa preta e eu disse então que ia treinar Judô. Mas como não tinha academia perto eu comecei a treinar Karate com um amigo do meu pai. E de lá eu estou até hoje.
O sr recebe muitos convites para ministrar cursos?
Realmente com o falecimento do professor Sagara o grupo que o seguia está me seguindo agora. Então todo final de semana eu tenho convite para estar em algum lugar para divulgar o Karate do nosso mestre Sagara. O Karate do professor Sagara é um Karate-do. Ele é completo no sentido de que envolve uma boa compreensão do Kihon, um bom entendimento de Kata e boa aplicação da parte física da luta. Então pra mim o Karate é completo. Eu não gosto quando falam coisas do tipo "eu gosto só de Kata", ou "eu só gosto de Kumite", etc. Não. Você deve gostar do Do. O Do é o complemento do Karate. O Do é o que torna o Karate completo. Então nos meus cursos eu digo sempre que o Karate deve ser treinado cientificamente, de maneira séria e como uma brincadeira.
O sr treinou com o mestre Juichi Sagara. Comente um pouco essa experiência.
Eu comecei a treinar com ele por indicação de um parente. Ele veio do Japão para trabalhar na área de pesquisa em minério, e quando ele tinha um horário vago ele começou a ensinar o Karate. Ele treinou na matriz, na escola do Mestre Funakoshi, mas quem o ensinou foi o Mestre Nakayama. Ele era universitário e o professor Nakayama tinha um aluno que montou uma equipe na universidade onde ele estudava. Esse aluno do Mestre Nakayama se chamava Okasaki. Hoje o Mestre Teruyuki Okazaki está na Filadélfia, e pelo falecimento do professor Sagara eu sigo o mestre Okasaki, que foi aluno direto do criador do Shotokan o Mestre Gichin Funakoshi.
Existe uma "disputa" entre o Karate como desporto e o Karate tradicional. O que o Sr acha disso?
Na minha opinião tudo é bem-vindo. Agora, o homem tem de saber separar bem. Eu sou a favor do Karate esporte, só que alguns dirigentes, por interesse particular, ele desvia o nosso Karate de uma arte tão nobre para um benefício próprio, até financeiro. Isso eu não concordo. O Karate para estar no patamar que hoje está foi devido também ao Karate competitivo. Só que alguns mudaram essa idéia, porque o Karate traz muito público, muito praticante, envolve grandes homens, grandes empresários, e alguns dirigentes usaram isso, vamos dizer, como forma de ganhar dinheiro. E hoje no karate desportivo alguns professores usam esse meio ainda. Então eu estou colocando que dentro do Karate esporte se todo praticante treinar o Karate-do também pode conquistar títulos tanto estadual, como nacional, como internacional, mas usando o Karate-do. Porque esse atleta que hoje treina Karate-do ele pode ser um bom treinador, um bom técnico, um bom professor, um bom árbitro e um bom homem.
Alguns atletas hoje sustentam o título de ser campeão mas infelizmente eu tenho acompanhado que a carreira é muito curta. Ele foi muito bom naqueles três minutos que ele competiu. Ele é campeão? Sim, é mérito dele, realmente ele é campeão. Só que eu não vejo uma continuidade dentro do Karate. Ele para muito cedo por não conhecer a base, o fundamento, o conteúdo do Karate-do. Esse conteúdo do Karate-do da toda uma base para a formação do cidadão, inclusive do caráter.
O Sr é a favor dos eventos de Mixed Martial Arts (MMA)? Eventos como Cage Rage, UFC, que misturam lutadores de várias artes e estilos.
Veja bem, essa não é a questão. Eu não sou nem contra nem a favor. Eu vejo que são atletas e que não se deve destrata-los. São pessoas de coragem. Isso é uma opção deles, e eu reconheço que todos são lutadores, e que alguns estão fazendo isso até porque estão ganhando muito dinheiro, então quem somos nós para julgar. Agora, eu sou contra alguns professores, ou pais de alguns praticantes dizerem que isso é Karate, isso é Judô, ou isso é TaeKon-Do. Não! Isso nós não podemos ensinar aos nossos alunos, e os pais na devem pensar dessa forma sem conhecer a fundo a questão. O fato de estarem juntas todas as modalidades não significa que é Karateca ou judoca. Eles estão se enfrentando num ringue. Alguns porque gostam e outros para defender a parte profissional deles, o salário deles. Então como mestre de Karate eu os respeito como também respeito, por mais simples que seja, uma modalidade de luta.
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Estou postando esse vídeo para divulgar a página do blog exclusiva para isso. Trata-se do endereço www.estiloshotokanvideos.blogspot.com, onde vc encontra um arquivo com mais de 50 vídeos relacionados ao Karate e as artes marciais. Na descrição do blog, na área de links, no post com as notícias, e em vários outros locais é possível encontrar o link para a página de vídeos do Blog Estilo Shotokan.
Escolhi esse vídeo em particular porque em breve publico uma matéria sobre federações, associações, Karate como desporto, Karate visto como uma arte marcial, enfim. Por enquanto, fica a dica dos vídeos.
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entrada do Dojo do Mestre Funakoshi, no Japão
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. Daniel Falcão, faixa preta 2º Dan
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