O blog Estilo Shotokan entrevistou, com exclusividade, o bi-campeão mundial de kumite Douglas Brose. Atleta internacionalmente conhecido, Brose foi um dos grandes entusiastas da bem sucedida campanha do karate para entrar nos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio. Agora, nossa arte marcial tem grandes desafios para consolidar essa conquista histórica. Em breve traremos mais entrevistas com nomes importantes do karate nacional tratando sobre este tema. Abraço e boa leitura. Oss
O bi-campeão mundial Douglas Brose (Foto: Reprodução/Facebook)
Como foi a sensação ao ver que o karate foi aprovado para os Jogos de 2020, em Tóquio?
R: A sensação foi maravilhosa, tendo em vista que a World Karate Federation (WKF) trabalhou muito para conseguir isso. Foram algumas vezes que nós batemos na trave, mas dessa vez deu certo e eu acredito que será bom para o karate mundial a presença nos Jogos Olímpicos de 2020.
Apenas o kumite fará parte dos jogos ou haverá competição de kata?
R: Terá competição tanto de kumite quanto de kata. Serão três pesos no kumite e uma disputa de kata, tanto para homens quanto para mulheres.
Quais os próximos passos? O sistema de competição já está definido (regras, categorias, etc)?
R: O sistema de competição será baseado nas regras da WKF. Quanto às categorias e o sistema de qualificação, estou indo em setembro para a Alemanha e a nossa comissão de atletas, juntamente com a comissão da WKF, irão se reunir e nós daremos algumas ideias de sistema de classificação para os Jogos Olímpicos, mas provavelmente será usado um ranking mundial para que vários atletas tenham a oportunidade. Essa é uma das ideias de classificação.
Já está definida a forma como os atletas serão selecionados em cada país?
R: Primeiro a WKF terá que definir o sistema (de classificação) para que o país possa criar algum tipo de seleção. Acredito que, se a WKF optar pela forma de ranking, as federações nacionais não terão muito trabalho, uma vez que os atletas terão que se classificar nesse ranking mundial. Logicamente terão que estar na Seleção Brasileira, mas, além disso, terão que ter resultados a nível mundial para conseguir essa classificação para os Jogos de 2020 (em Tóquio).
Sabemos que o COI irá observar atentamente as competições no karate e nas quatro outras modalidades inseridas em 2020. Há algum risco de não sermos mantidos nos jogos subsequentes (2024, 2028, etc)?
R: Sim, há risco de não sermos mantidos para os Jogos Olímpicos de 2024. Essa decisão do COI foi somente para os jogos no Japão, então, para os jogos subsequentes, terá de ser feito um novo trabalho, uma nova proposta, uma nova apresentação e, logicamente, nesses próximos quatro anos nós teremos muito que mostrar. As federações e confederações nacionais e continentais terão de ser o mais profissionais possíveis e terão de deixar um pouco do amadorismo de lado para que a gente consiga mostrar um bom trabalho nesses quatro anos para que a gente possa se candidatar para um para um circuito olímpico definitivo para seguirmos nos Jogos após 2020.
Por fim, qual a sua expectativa como atleta para 2020? Este será seu foco nos próximos anos?
R: Com certeza vou batalhar para estar lá. Já estou focado nos Jogos Olímpicos e usando isso como motivação, mas, logicamente, nós temos que ir ano a ano. Este ano nós temos o Campeonato Mundial, no ano que vem nós temos os Jogos Mundiais, no qual fui campeão e vice nas duas últimas edições, em 2018 temos Jogos Sul-americanos de novo, depois Jogos Pan-americanos e, em 2020, os Jogos Olímpicos. Então Tóquio 2020 é com certeza uma motivação, mas vamos passo a passo, ano a ano, para conseguir bons resultados e, consequentemente, ficar bem ranqueado a nível mundial para chegar a uma classificação e, quem sabe, uma medalha olímpica em 2020.
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