sexta-feira, 21 de agosto de 2009

AGENDA: 1º Copa Brasília

A Federação Candanga de Karate (FCK) realiza no dia 12 de setembro a 1º Copa Brasília de Karate no ginásio Nilson Nelson, em Brasília, DF. A competição será tanto de Kumite como de Kata e a FCK informa que as inscrições vão até o dia 4 de setembro. Mais informações no site http://www.karatedebrasilia.org.com/ ou pelo e-mail suelinelson@hotmail.com.




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sábado, 15 de agosto de 2009

Artigo: Luz, câmera, Karate

por Rodrigo Ramthum

Acabo de rever o filme Kuro-Obi. O Karate teve seus bons momentos no cinema, mas Kuro-Obi é sem dúvida um filme síntese. Foi lançado em 2007, mas não chegou ao circuito comercial aqui no Brasil. De qualquer maneira, são muitos os karatecas que assistiram e não encontrei na rede mundial quem não tivesse gostado do filme.

O personagem Taikan em Kuro-Obi: ataque contra defesa


A grande questão no Kuro-Obi é como ele incorpora o espírito do karate tradicional e, transitando entre sutileza e rispidez, mostra todos os princípios da arte das mãos vazias, tais como o respeito (Não se esqueça de que o Karate-do começa e termina com REI), a não violência (Não existe primeiro golpe no Karate) e, é claro, a prontidão (Ao sair pelo seu portão, você se depara com um milhão de inimigos). Independente de escola, federação, associação, ou qualquer coisa que o valha, o karate em essência é isso.

Outros princípios que reconheço no filme são a retidão (O karate permanece do lado da justiça), concentração (A mente deve ficar livre), além de encontrar também aspectos técnicos como o 17º princípio do Shotokan, onde diz que “A KAMAE (posição de prontidão) é para os iniciantes; com o tempo, adota-se a SHIZENTAI (postura natural)”, basta observar os protagonistas Giryu (Akihito Yagi) e Taikan (Tatsuya Naka), já o Choei (Yuji Suzuki) nem tanto, hehehehe.

Revi Kuro-Obi depois de ler a matéria de capa da Tatame desse mês. Uma reportagem detalhada com 11 páginas contando a história da família Machida. Lyoto é o destaque, mas no texto você fica conhecendo melhor os irmãos e o pai de Machida, Yoshizo Machida. Inspirador. É ótimo constatar que existem famílias vivendo não apenas do Karate, mas para o Karate. A opção de Lyoto por lutar MMA ainda será reconhecida como histórica para o Karate moderno.

Refletindo sobre o que já li, e vi, a respeito de Lyoto Machida, entendo que se trata de um karateca no sentido tradicional do termo. Lyoto demonstra respeito, prontidão, retidão, concentração, e naturalidade. Para aqueles que acharem que me esqueci da não violência citada no segundo parágrafo, eu penso que o simples fato dele lutar em um evento oficial, sob regras determinadas, e ter um comportamento disciplinado fora do octagon, demonstra que Machida não é nenhum brigão, mas sim um lutador.

No texto publicado na Tatame, o patriarca da família Machida afirma que a verdadeira filosofia do karate é definir o combate, assim como no judô se tem o ippon e no Jiu-Jitso a finalização. Ele também conta que frequentemente ‘puxa a orelha’ do filho. “Sempre brigo com o Lyoto para não tirar pontos dos adversários, mas para decidir a luta o quanto antes”, disse ele ao repórter Marcelo Alonso, autor da matéria. Ocorre que o bom trabalho de defesa é justamente o diferencial de Lyoto no UFC. O patriarca concorda, afirmando que “por ter um estilo diferente do meu [Yoshizo] e do Chinzo, o Lyoto desenvolveu muito a parte defensiva dele (...). Não é a toa que ele é o único que nunca tomou uma porrada.”

No luta final do Kuro-Obi, entre Giryu e Taikan, ocorre o seguinte diálogo:

Taikan: Agora posso compreender as palavras do mestre. Aquele que consegue evitar melhor o ataque é mais forte.

Giryu: Quero agradecê-lo. Se você não desviasse dos ensinamentos eu nunca teria aprendido. Seus ataques são tão bons, que exigem tudo de mim. Obrigado.

Taikan: Essa era a maneira correta pra mim, Giryu. Você merece a faixa-preta (Kuro-Obi). Você é o melhor.


Ao rever esse diálogo do filme, veio na minha cabeça uma associação clara com o karate dos Machida. Mal comparando, diria que o karate por eles praticado mostra que podemos ter no ataque a melhor defesa, bem como ter na defesa o melhor ataque. Prova disso é a continuação da conversa com o pai de Lyoto. No texto, Yoshizo afirma que, contra Rashad [Evans], mandou o filho mudar a característica: "disse pra ele tentar o nocaute logo no início, e ele consegui", afirmou. A luta durou exatos 3 minutos e 29 segundos.

Isso me lembra outro princípio: Mude de estratégia de acordo com o adversário.


Oss
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