quinta-feira, 26 de junho de 2008

Entrevista: Lyoto Machida

Está entrevista foi publicada pela revista Tatame*, edição de junho, e eu a trancrevi na íntegra. Nela Lyoto comenta sobre a vitória na luta contra Tito Ortiz no UFC 84, fala sobre Karate e seu futuro no maior evento de MMA da atualidade, o Ultimate Figthing Championship.
foto: google imagens
O que achou da sua luta contra Tito Ortiz?

Foi bem estratégica. Assim como ele queria fazer o jogo dele, eu queria fazer o meu. Foi uma pressão muito grande. Achei uma luta boa, apesar de não ter terminado antes do tempo. Acham ele um lutador ultrapassado, mas ele é duro e pode fazer frente a muita gente. É perigoso, estrategista. Ele é “amarrão”, mas pontua bem.

O Tito falou antes da luta que ia atropelar, mas você saiu limpo e ele todo machucado...

Acabou que a minha estratégia encaixou e da dele não. Ele estava preparado para me botar pra baixo. Me falaram que ele estava agarrando toda hora no aquecimento e que eu deveria tomar cuidado com isso, esse era o jogo dele e, graças a Deus, consegui fazer meu jogo e machuquei ele.

Depois de vencer a luta que era considerada a mais difícil da sua carreira, espera por uma chance pra disputar o cinturão?

Lógico. Essa é a minha quinta luta no UFC e estou pronto para disputar o cinturão. Mas respeito a opinião do evento e se eles acham que não é a hora ainda, não vou brigar. Vou continuar mostrando o valor do meu trabalho.

Como seria uma luta entre você e o Quinton Jackson?

Acho que tenho chances, assim como ele. Temos nossos pontos fortes, mas acredito que, numa vis]ao teórica da luta, eu tenho mais chances que ele. Tenho posição no chão melhor e condição de lutar em pé. Ele é forte, raçudo, mas acho que tenho jogo pra ganhar dele. O que ele pode fazer é tentar bloquear minhas estratégias, aí acho que é 50% pra cada lado.

Rolou alguma situação nos bastidores do UFC? Dana White vinha tendo problemas com o Ortiz... Ele falou alguma coisa sobre sua vitória?

Ele disse que gostou muito. Falei que fiz o meu melhor e ele disse que ficou feliz. Ele ainda contou que quase vomitou quando o Tito me botou naquele triangulo, mas ficou bem quando viu que eu ia sair. Foi uma luta de muita emoção, deixou uma grande responsabilidade em cima de mim. Cerca de 30 minutos antes da luta o Dana White foi no meu vestiário e me cumprimentou, disse que estava ansioso. Tive muita pressão. Apesar de estar fora da briga dele com o Ortiz, eu estava indiretamente participando. Senti que ele tava torcendo muito por mim, mas sabia que o público era para o Tito. Fui vaiado no fim.

Por que seu jogo é tão eficiente no MMA?

Eu acho que estou conseguindo impor meu jogo devido à distância da luta que consigo manter. Parece que está longe, mas para mim está perto, e, às vezes, parece que está perto, mas quando estão me batendo eu me movimento e vou pra longe. Manter a distância certa e o tempo de luta são meus fortes. Muitos atletas que eu enfrentei são mais fortes que eu, sei disso, mas acho que como tenho conseguido dominar esse outro lado da técnica, elimino grande parte disso. Quando for lutar pelo cinturão quero estar bem melhor do que me apresentei agora. Combinando melhor os golpes, mais consistente.

O seu Karate, por ser desconhecido no MMA, funciona como o Jiu-Jitsu de Royce Gracie no início do UFC?

As pessoas estão acostumadas a ver o Karate como esporte, poucos vêem como arte. O que eu treino é o Karate arte marcial, com joelho, cotovelo, combinação de golpes, sequência... Somado tudo isso a distância e tempo de luta, acho que passa a ser um diferencial e muita gente desconhece isso, fico um passo a frente dos meus adversários. Nosso Karate, que vamos procurando adaptar ao MMA, é mais forte, não desmerecendo o que todo mundo faz no Karate, mas eu e minha família nos preocupamos com a arte marcial no Karate. Muita coisa que tem no Muay Thai também tem no Karate, mas é usado de um jeito diferente. Assim como o Jiu-Jitsu Gracie que o Hélio Gracie criou é muito mais completo, nosso Karate é assim.

Muito críticos americanos te consideram um excelente lutador, mas que não seria bom como marketing, caso conquistasse o cinturão. O que você acha disso?

Eu concordo, realmente os caras têm razão. O Wanderlei, por exemplo, é um cara mais experiente e o estilo dele é esse. É um cara que chama a luta pra ele, chama a briga, provoca e tem esse lado, mas eu não posso mudar meu estilo. Posso compensar de outra forma, com minha técnica e minha história de vida, a família, que realmente é verdade. Sei que deixo a desejar nesse lado, mas não posso mudar meu estilo. Posso tentar melhorar tecnicamente e ser mais agressivo. Sei que, mostrando meu trabalho, vou ter essa oportunidade de lutar pelo cinturão.

Quais os planos agora?

Voltei a treinar de quimono. Sempre que saio de uma luta volto ao Karate de quimono e a me preparar para o meu próximo desafio. Estou só esperando a hora. Vamos ver a luta do Rampage com o Forrest (Griffin) e esperar minha vez.


*a publicação não deixa claro qual o jornalista responsável pela entrevista. Nesse caso, eu a estou creditando aos que assinam a reportagem inteira: Guilherme Cruz e Cristiane Ripari.




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quarta-feira, 4 de junho de 2008

Brasil faz bonito no Pan da Venezuela

-País terminou em segundo no quadro geral de medalhas-
por Rodrigo Ramthum
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Atletas de Brasília conquistaram quatro medalhas no Campeonato Pan-Americano de Karate realizado no último fim de semana, em Caracas, na Venezuela. Tony Jobson e Luiz Carlos Santana conquistaram a medalha de ouro na competição por equipe. No individual, Luiz Carlos conquistou a medalha de Bronze, categoria até 75 kg, e Lucélia Carvalho, tri-campeã dos Jogos Pan-Americanos, federada por Minas Gerais, também conquistou uma medalha de Bronze.
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Em nota publicada o presidente da Confederação Brasileira de Karate (CBK), Edgar Ferraz, afirmou que “a participação dos atletas de Brasília foi fundamental para conquista da medalha de ouro para o Brasil". O dirigente também fez elogios ao desempenho de Tony Jobson e Luiz Carlos dizendo que “os atletas brasileiros conseguiram calar a torcida da Venezuela. O Tony Jobson mostrou muita garra e fez um combate decisivo para o Brasil, e o Luiz Carlos, com apenas 18 anos, mostrou que tem muito talento", afirmou Edgar. O Brasil venceu o time da casa na final por equipes e ficou em segundo lugar no quadro geral de medalhas com quatro medalhas de ouro, duas de prata e quatro de bronze. Segue o quadro completo de medalhas.
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Humor: Verdades sobre o Chuck Norris